terça-feira, 31 de julho de 2007

DAKAR - Os Primeiros Anos

No dia a seguir ao Natal de 1979, 170 participantes, dos quais 90 em mota, reuniram-se no parque fechado junto à Torre Eiffel. Eram todos adeptos, que provavelmente sem o saberem iriam entrar para uma das lendas do desporto motorizado!

A maior parte das "máquinas" da primeira edição eram monocilíndicas com motores a quatro tempos - Honda 250 XLS e Yamaha XT - de preferência.Estas motas deveriam possuir três características importantes: baixo consumo, possibilidade de se adaptarem a qualquer tipo de terreno e fiabilidade a toda a prova.



Contudo a ignorância de alguns dos primeiros participantes só se podia comparar à sua ousadia. Qualquer veículo servia para participar


Houve uma classificação conjunta de motas e carros ganha por Cyril Neveu, com a Yamaha.
No ano seguinte, Neveu voltou a ganhar, mas o mais estranho foi a participação de quatro scooters Vespa. É evidente que o seu destino já estava escrito à partida.


Hubert Auriol, foi visto num troço de ligação montado na sua mota, mas...em cima da carrinha de um nativo da zona! Foi desclassificado quando acabava de ganhar três etapas e liderava em motas. Auriol que viria a ganhar o seu primeiro Dakar em 1981, pela BMW.


Naqueles primeiros anos, os participantes só podiam contar consigo e valia tudo. A ajuda entre uns e outros era vital, mas também se podia recorrer à batota.Os concorrentes não hesitavam em dar boleia a um indígena para que este lhes indicasse o caminho e depois recompensavam-no (indígena) bem para poder regressar a casa.

Hubert Auriol partiu a sua mota na segunda edição e optou por a transportar num dos "camiões-taxi" da zona de Ouagadougou em vez de esperar pela assistência de Jean-Claude Olivier, importador francês da Yamaha, e os companheiros de equipa ficaram sem combustivel perto de um campo de extracção de petróleo entre Arlit e Agadez. Aí encontraram três japoneses devidamente equipados para jogar futebol, pois estávamos perante o dia nacional do país nipónico, no entanto estes disseram-lhe que não tinham a chave do depósito de combustível.Olivier explicou-lhes então que representavam uma equipa nipónica, e que se não os ajudassem, apresentariam um protesto na embaixada japonesa em Paris. A ameaça surtiu efeito!



Nos primeiros anos do Paris-Dakar, o mito corria de "boca em boca". Chegar ao Senegal era a maior aventura.

Thierry Sabine, o seu criador, acreditou sempre que o êxito também dependia dos meios de comunicação. Na primeira edição a rádio RTL fez a cobertura do Rally.

Nas primeiras edições não havia apoio aéreo. Apenas "carrinhas-oficina".



Chegar ao Lago Rosa:

Chegar ao Lago Retba, mais conhecido por Lago Rosa, era e é o sonho de qualquer dos participantes em cada edição desta mítica aventura. Este foi o ponto de chegada de todas as edições que terminaram na capital Senegalesa.

Trata-se de um lago profundo, que deve a sua cor à grande concentração de minerais e à presença de micro organismos.

A grande concentração permite que se flutue mais do que nos outros locas.Este mineral também é uma fonte de receitas para as comunidades que vivem nas margens do Lago.

Actualmente, é objecto de um programa da UNESCO com vista a sua preservação.





A Lenda Negra:

Uma lenda das mais tristes que podemos encontrar!A Lenda Negra do Paris-Dakar começou logo na primeira edição:

Patrick Dodin ainda ia a apertar o capacete enquanto se dirigia para a partida da etapa Agadez-Tohua, mas caiu e sofreu uma fractura no crânio que foi fatal.

A assistência médica limitava-se a alguns Peugeot 504, de duas rodas motrizes.

Actualmente existem veículos terrestres de todo o tipo, um hospital de campanha, vários helicópteros, aviões ligeiros e aviões transcontinentais para repatriar os feridos.




1 comentário:

Anónimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado