Adrian Newey (actualmente na Red Bull Racing) criou um monolugar dotado de um descuradíssimo estudo aerodinâmico, muito evoluído e com umas linhas incrivelmente fluidas, que começaram a definir-se quando a sua equipa de 174 engenheiros aerodinâmicos passou a dispor de um magnifico túnel de vento da British Aerospace, que McLaren alugava habitualmente.
Newey não pretendeu melhorar as linhas do vitorioso MP4/13 de 1998, antes optou por redesenhar muitos aspectos básicos, para concretizar o MP4/14.
Componentes do MP4/14:
- Com a sua caixa de velocidades semiautomática de desenho próprio de 6 velocidades (ampliável a 7), e uma embraiagem accionada à mão, a transmissão do MP4/14 parecia a antítese daquilo que um carro de corrida deveria dispor. No arranque (momento - quase sempre - decisivo de uma corrida) a sua eficácia provou ser demolidora;
- A zona posterior dos pontões contava com uma nova saída de ar quente, que permitia uma mais rápido fluxo da corrente para a zona interior das rodas traseiras, com o que se optimizou o trabalho do aileron traseiro e melhorou consideravelmente o apoio aerodinâmico do carro;
- Os pontões laterais dispunham de entradas frontais mais estreitas e verticais, e de uma derivação especial do fluxo de ar destinado a refrigerar o computador central do carro;
- Para melhorar o equilíbrio de massas assim como o centro de gravidade do monolugar, centrou-se o habitáculo e colocou-se o piloto numa posição ligeiramente mais inclinada e mais baixa;
- As sofisticadíssimas geometrias de suspensão permitiram ao MP4/14 trabalhar de modo optimizado com os pneus de composto de borracha mais dura, e assim ultrapassar sem problemas os omnipresentes limitadores/correctores/vibradores laterais das diferentes pistas do calendário do campeonato do Mundo.
Motor:
Na sua base inglesa de Brixworth, o suíço Mario Ilien concebeu para a Mercedes e para a McLaren as 5753 peças que, devidamente montadas, deram origem ao motor V10 que equipava o MP4/14. Se bem que conservasse a sua arquitectura de 10 cilindros e idêntica inclinação em "V" nada tinha a ver com o seu predecessor, já que dispunha de um sistema/conjunto de motor, culatras e elementos periféricos totalmente distintos.
Ao longo do ano, embora os MP4/14 tivessem problemas com as suas caixas de mudanças ou com os acessórios do motor, não sofreram, pelo contrário, a menor ruptura do V10.
O motor do MP4/14, sofreu ao longo do ano três evoluções distintas, estradas respectivamente no Canadá, na Alemanha e no Japão.
A Época de 1999 para o MP4/14:
O MP4/14 ficou pronto muito tarde, e começou o campeonato do Mundo de 1999 sem as devidas afinações, pouco fiável e com muitas dificuldades em optimizar os seus sincronismos. Embora a mecânica fosse exemplar, potente e fiável, tornando-se muito fácil gerir tanto a sua potência como capacidade de manobra.
Hakkinen realizou uma primeira parte de campeonato absolutamente normal, mas, após o acidente do seu "arqui-rival" - Michael Schumacher - em Silverstone, pareceu ter "adormecido" - duas únicas vitorias em nove corridas - embora tivesse ganho aquela que foi uma das suas corridas mais importantes da temporada - o ultimo Grande Prémio, o Grande Prémio do Japão -, que o consagrou pela segunda vez consecutiva campeão Mundial de Fórmula 1, com apenas dois pontos de vantagem.
Hakkinen venceu no Brasil, Espanha, Canadá, Hungria e no Japão
Já David Coulthard, o escocês, venceu em Silverstone e em Spa-Francorchamps.
Dados do MP4/14 no campeonato do Mundo de 1999:
Pilotos: - Mika Hakkinen - David Coulthard
Grandes Prémios Disputados: 16
“Pole-Positions”: 11 (Hakkinen: 11)
Voltas mais rápidas: 9 (Hakkinen: 5; Coulthard: 4)
Vitórias: 7 (Hakkinen: 5; Coulthard: 2)
Classificação final no campeonato do Mundo de Construtores: 2º