Conotado com a Fórmula 1, mas sem a tradição associada a Monza ou Mugello, o Autódromo Enzo e Dino Ferrari foi palco de mais uma tragédia na Fórmula 1 em 1994.
Falar do traçado de Imola significa evocar uma enorme quantidade de episódios épicos e desafios espectaculares.
No local disputaram-se, no tempo da Roma Antiga, corridas de quadrigas. O circuito, porém, só começou a tomar forma após a Segunda Guerra Mundial.No ínicio da década de 1940, o governo italiano deu início à recuperação do país fomentando as obras públicas. Entre elas incluía-se a construção de uma estrada entre Via Emília - no ponto onde hoje se encontra a curva Rivazza - e a região de Cadrigano.
Foi então que quatro entusiastas dos desportos motorizados - Alfredo Campagnoli, Craziano Colinelli, Ugo Montevecchi e Gualtiero Vighi - tiveram a brilhante ideia de construir uma pista de competição entre montes que rodeiam Imola. Mas é ao entusiasmo e à dedicação de Checco Costa que fica a dever-se a concretização desta ideia num dos melhores e mais emblemáticos traçados do Mundo.
Foi em 22 de Abril de 1950 que foi colocada a primeira pedra do circuito. Foi preciso, no entanto, esperar mais do que o previsto pela conclusão da obra. Isto porque os processos de expropriação dos terrenos necessários ficaram vários meses à espera do indispensável despacho administrativo.
Pouco antes da inauguração oficial, o traçado foi experimentado por 340 pilotos, tanto de motas como de carros - todos eles convidados por Enzo Ferrari expressamente para o efeito.
A estreia oficial do circuito ocorreu em 23 de Abril de 1953 - precisamente 3 anos depois de ter sido lançada a primeira pedra -, por ocasião da realização das provas para motas de 125 e 250cc a contar para o Campeonato Italiano de Velocidade.
Em 1965 deu-se início ao apetrechamento e estruturação do circuito de acordo com as características exigidas aos autódromos modernos. Foram construídas "boxes" amplas e funcionais na zona da recta da meta, conferindo-lhe uma configuração próxima da actual.
A proximidade da fábrica-mãe da Ferrari - Maranello fica a escassos 85 quilómetros - transformou Imola no templo da marca do Cavallino Rampante. Por isso, e em homenagem a Dino Ferrari (falecido em 1956), o circuito foi baptizado com o seu nome em 1970, e assim continuou até à morte do Comendador (Enzo Ferrari), em 14 de Agosto de 1988. A partir daí, os nomes de pai e filho ficaram sempre ligados ao circuito, recebendo o nome de Autódromo "Enzo" e "Dino" Ferrari.
O traçado passou a circuito permanente em 1979, quando foi definitivamente fechado à utilização pública em toda a sua extensão: com efeito, até então alguns segmentos emblemáticos tinham comunicação com estradas públicas adjacentes.
Foi no ano seguinte - 1980 - que os monolugares da Fórmula 1 rodaram pela primeira vez em Imola. E voltaram a Imola todos os anos até 2006 - ano em que foi retirado do calendário da Fórmula 1, tendo gerado alguma controvérsia - ora com a designação de Grande Prémio de Itália, ora com a designação de Grande Prémio de San Marino (como se verificou nos últimos anos).
Para muitos, Imola será sempre recordado como o circuito que tirou a vida a Ayrton Senna; outros, por certo muito menos, lembrarão ainda a morte de Roland Ratzenberger. Aconteceu durante a disputa do "XIV Grande Prémio de San Marino", com dois dias de intervalo.
Estas mortes levaram à alteração parcial do traçado, sobretudo nos pontos onde se deram os acidentes: as curvas Gilles Villeneuve e Tamburello.
As alterações encurtaram a pista de 5040 para os actuais 4933 metros.
Embora não seja o tipo de traçado onde as ultrapassagens sejam o "prato forte", Imola é um dos mais emblemáticos traçados que já passaram pela Fórmula 1 - não só por ter sido em Imola que Senna sucumbiu, mas também devido à proximidade da fábrica-mãe da Ferrari (Maranello) do circuito - a par de Spa-Francorchamps, Monza, Silverstone, Nurburgring...daí que é com tristeza que a maioria dos adeptos do desporto automóvel vêm a não inclusão do nome do traçado no calendário oficial da Fórmula 1!
Um Vídeo para recordar o trágico Grande Prémio de San Marino de 1994, que acabou com a vitória do Benetton de Michael Schumacher (no entanto, a vitória do alemão pouco ou nada veio a acrescentar naquele negro fim-de-semana de dor e perda)!
Também não podia deixar passar mais este marcante momento para "invocar" a alma de dois pilotos, que perderam a vida no trágico Imola 94 - Roland Ratzenberger e o mítico AYRTON SENNA da SILVA.
Tributo a Roland Ratzenberger:
Tributos a AYRTON SENNA da SILVA:
É caso para dizer de entre muitas palavras....ATÉ SEMPRE CAMPEÕES (porque conseguir um lugar na Fórmula 1 já é uma vitória, no caso do Ratzenberger. No caso de Ayrton Senna, como todo o Mundo sabe, mesmo aqueles que não acompanham regularmente a Fórmula 1, um mítico tricampeão do Mundo que deixou saudade no Mundo do desporto motorizado).
3 comentários:
Lindo texto e ótima escolha dos vídeos, Schuey, parabéns. Infelizmente, Imola vai ficar marcada para sempre por causa dos acontecimentos daquele trágica fim de semana em 1994. Mas o circuito tem uma história muito mais longa - essa de tinha corridas de quadrigas é nova para mim! - e tem grande importância pela ligação com a Ferrari.
Sobre Imola, recomendo o vídeo abaixo, de uma corrida extra-campeonato realizada na década de 1960 e vencida por Jim Clark:
http://www.youtube.com/watch?v=-PpagorL_CM
Grande abraço amigo Schuey!
Belo post, Schuey. Tem nem o que dizer. Há certos incidentes que nos calam completamente...
Show de bola !!!!!
AYYYRTON SENNA DO BRASIL !!!!!!!!!
Abraços
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