domingo, 15 de julho de 2007

Alessandro Nannini

Um dos simbolos de combatividade dos anos 80 que nunca foi campeão.



Nasceu a 7 de Julho de 1959.

Chegou à F1 tambem não muito jovem, já prestes a fazer 27 anos.

Teve uma carreira algo curta, uma vez que não chegou aos 100 Grandes Prémios (apenas 78). Esteve 2 épocas na Minardi (1986 e 1987), onde andou sempre muito atrasado.

Apenas para o olhar mais atento, o facto de em 1987 os 13º e 14º lugares na grelha se terem tornado relativamente habituais pode ter significado alguma coisa.

De qualquer modo nesses anos, não chegou a marcar um ponto.

As coisas mudariam em 1988 depois de ir para a Benetton, fazer companhia a Thierry Boutsen. Começou logo a destacar-se, fazendo o terceiro melhor tempo na primeira qualificação do Grande Prémio do Brasil, onde foi terceiro. Infelizmente, um problema mecânico impediu-o de não melhorar no segundo dia, o que o fez cair muitas posições na grelha. A corrida no Brasil foi curta, depois de ter visto o seu Benetton a sobreaquecer o motor.

O primeiro ponto veio na corrida seguinte, onde deu nas vistas depois de uma luta (quase) épica com Patrese e depois Piquet, onde fez várias vezes a curva Tosa por fora, lado a lado com os adversários. Um pião quando atacava Piquet atrasou-o e deixou a luta pelo terceiro lugar para Piquet, Mansell e o o colega Boutsen.

A partir daí as posições no grid dentro do "Top 10" tornaram-se um hábito, batendo com alguma regularidade o seu companheiro de equipa mais experiente Thierry Boutsen, e sendo frequentemente o mais rápido dos carros normalmente aspirados.

No entanto, os pontos nessa época não foram muitos, uma vez que teve sempre uma grande dose de azar. Foi afectado durante toda a época por pequenos problemas eléctricos, e tambem por ter um carro algo "largo", que muitas vezes acabava por entrar no espaço fisico de outros pilotos... Piões tambem foram vários...

Até ao final da época de destacar os pódios em Inglaterra e em Espanha.

Em Inglaterra bateu Nigel Mansell em pista para o terceiro lugar, e aproximava-se de Gerhard Berger, quando um excesso lhe custou uma saída de pista que lhe danificou ligeiramente o Benetton, impedindo-o de ganhar o segundo lugar a Mansell, que entretanto tinha chegado a Berger.


Em Espanha, bateu Ayrton Senna para chegar em terceiro, atrás de Prost e Mansell. A época de 1989 tambem não foi a melhor. O carro de 1989 chegou apenas a meio da época o que significou que teve que usar o velhinho B188 até França, conseguindo mesmo assim, 8 pontos e um pódio em San Marino.

Na estreia do B189, em França deu nas vistas, mas mais uma vez um problema mecânico ridiculo (quebra de um apoio da suspensão) colocou-o fora de prova, quando seguia em segundo, ameaçando mais o primeiro classificado que sendo ameaçado pelo terceiro.

Na prova seguinte em Silverstone foi terceiro, batendo Nelson Piquet. Até ao final da época destaque-se a vitória caidinha do Céu quando Senna foi desclssificado pelos comissários em Suzuka e o segundo lugar na ultima prova do campeonato, em Adelaide atrás do ex-colega de equipa, Thierry Boutsen.

Em 1990, uma raposa velha se juntou à equipa Benetton - Nelson Piquet. Nannini ficou com esttuto de segundo piloto na equipa, mas tal nunca o incomodou. Depois de um começo de época bastante fraco, conseguiu o primeiro Podio para a equipa com um terceiro lugar em San Marino, defendendo-se de Prost durante metade da corrida.

No entanto, o azar perseguia-o, e no Canadá, à chuva numa corrida que normalmente teria sido sua devido aos problemas de Senna, e à penalização de Berger, uma colisão com uma gaivota tirou-lhe as hipóteses de discutir a liderança. No Grande Prémio seguinte, no México fez uma das suas melhores corridas terminando em quarto uma corrida que partiu de 14º. Só não deu mais nas vistas porque nessa mesma corrida Alain Prost saiu de 13º para ser primeiro, e Mansell fez a Berger a melhor ultrapassagem de todos os tempos...(segundo muitos). Em França fez uma corrida excelente, lutando com vários pilotos pelo primeiro lugar, mas desistindo já no final com problemas no motor. Na Alemanha fez uma corrida excelente, e depois de ter optado em fazer toda a corrida com o mesmo jogo de pneus (algo comum aos Benettons de 1990, que consumiam muito pouco pneu, ou seja, não degradava tanto os pneus), perdeu o primeiro lugar para Senna já muito perto do fim da corrida.

No Hungaroring, a corrida da sua vida. Depois de ter começado atrasado e de ter perdido muito tempo atrás de Alesi e de Cesaris para o gupo da frente até meio da corrida, recuperou incrivelmente, e ultrapassou, primeiro Mansell, depois Patrese, e já se tinha colocado lado a lado com Boutsen, o lider, por uma vez, quando Senna com uma manobra como muitas que nos habituou, o colocou fora de pista...

Na Bélgica, mais uma prova excelente, destacando-se uma incrivel manobra de recuperação da terceira posição a Berger. Uma "poça" de óleo em Eau Rouge, roubou-lhe essa posição mais tarde.

Até ao final da sua época e carreia na Fórmula 1, de destacar o terceiro lugar na sua ultima corrida, em Espanha.

Na semana seguinte, um acidente de helicóptero decepou-lhe um braço, reimplantado mais tarde, mas que nunca mais ficou em condições.

Fez várias épocas no ITC e DTM pela Alfa Romeo, quase sendo campeão em 1993 - mais uma vez, um toque com um piloto atrasado, colocou-o fora da discussão dos primeiros lugares. Voltaria a conduzir um Fórmula 1, quando a Ferrari lhe proporcionou um teste, onde até nem fez má figura.

Poucos saberão, mas em 1990, antes de fazer o convite a Alesi, a Ferrari convidou Alessandro Nannini para segundo piloto da Ferrari, oferta essa que o italiano declinou.

Nannini era realmente um talento natural, que dava nas vistas pela descontração que revelava tanto em pista como fora dela. Poucas vezes um piloto aceitou passar de primeiro para segundo piloto de uma equipa, como Nannini o fez em 1990 com Piquet. O que é certo é que a meio da época, Piquet só era o primeiro piloto da Benetton no papel, porque o barómetro da equipa era Nannini.


Nannini foi um dos simbolos da combatividade dos anos 80.

O acidente de helicóptero de Nannini foi a primeira porta aberta para a entrada de Schumacher na Benetton.

3 comentários:

Speeder76 disse...

Schuey... o artigo está bom, mas cometeste um erro ao mandar para o Fórum, pois tinha feito isso mesmo no dia em que ele fez anos.

Se quiseres ver, eis o link: http://continental-circus.blogspot.com/2007/07/o-piloto-do-dia-ii-alessandro-nannini.html

É bom, mas tens que ter cuidado. Nâo te esqueças que para muitos, és uma pessoa queimada...

Blog F1 Grand Prix disse...

São coisas do destino. O acidente de Nannini foi mais um dos fatores que facilitou a entrada de Michael Schumacher na Fórmula 1.

De qualquer forma, apesar de ter tido sua carreira na categoria abreviada pelo acidente de helicóptero, Nannini conseguiu, ao menos, uma vitória para constar no seu currículo.

Ótimo post, parabéns!

Anónimo disse...

Ora, ora... O que temos aqui. Mais um amigo lusitano? Já tinha a honra de ter entre meus camaradas o grande Speeder_76 a.k.a Paulo Alexandre (ou seria o contrário?) Bem não importa. O que importa é que tens aqui um blog muito bem escrito e com fotos ótimas. Hoje mesmo estou ponto um link no bliggroo para este endereço e nos próximos posts vou recomenda-lo, porém ao meu jeito que, se você leu deve ver que é bem peculiar... Mas com respeito e admiração, que é o que este blog merece... Muito bom. Parabéns.
Ron Groo