terça-feira, 17 de julho de 2007

Cooper

Enquanto dava aqui uma olhadela na Internet chamou-me a atenção um artigo que tinha por base a equipa Cooper, escrito por Robson Miranda do "Speedracing", que decidi partilhar com os visitantes do meu blog, espero que este não se importe.
Alterei algumas partes que estavam em português do Brasil para português de Portugal para que se percebesse melhor!

No final da década de 40, Charles Cooper e o seu filho John construíram um modelo para a nova série de 500 cilindradas, que obteve um grande sucesso. O americano Harry Schell inscreveu um destes carros, um Cooper T12, equipado com o motor de uma motocicleta JAP, para o Grande Prémio do Mónaco de 1950, largando em 19º e não completando a primeira volta, foi um dos nove carros envolvidos num múltiplo acidente.


Em 1952, devido á falta de carros de Fórmula 1, após a saída da Alfa-Romeo e da Talbot, a FIA foi forçada a mudar o regulamento, assim os carros de Fórmula 2 passaram a competir nas provas do mundial de Fórmula 1. Isto possibilitou a diversos pequenos constructores a chance de competirem na categoria principal do automobilismo mundial.Vários pilotos vindos, da Fórmula 2, inscreveram-se para o campeonato, e os Cooper T20, equipados com motor Bristol de 2 litros, eram os mais avançados tecnologicamente.A Cooper não colocou nenhum carro oficial, deixando que equipas particulares, a representassem.


Os Ingleses Eric Brandon e Alan Brown são inscritos pela escuderia Richmond, e Brown obte, o 5º lugar logo na primeira corrida do ano, na Suíça, foi o melhor resultado da dupla em quatro Grande Prémios naquele ano. Outro piloto particular, o jovem inglês Mike Hawtorn, consegue bons resultados, um 3º no Grande Prémio da Inglaterra, e dois 4º lugares terminando o ano com 10 pontos e o 4º lugar entre os pilotos.Outros pilotos, como Reg Parnell, David Murray e Ken Wharton também guiaram Coopers particulares, sem nenhum bom resultado.


O Grande Prémio da Argentina de 1953 marcou a estreia oficial da Cooper, com três pilotos, o argentino Adolfo Schwelm Cruz e os ingleses Alan Brown e John Barber, que conseguiu o melhor resultado, terminando em 8º. O "rookie" inglês Stirling Moss, usando um motor Alta, de 1,5 litros, disputou outras três corridas pela equipa, sendo 6º na Alemanha, contudo apenas os cinco primeiros pontuavam naquela época. Outros pilotos como Ken Wharton e Bob Gerard, com carros particulares, também correram sem bons resultados. Neste ano o irmão mais velho do futuro tri-campeão mundial de Fórmula 1, Jackye Stewart, Jimmy guiou um Cooper durante o Grande Prémio de Inglaterra. Foi sua única corrida de Fórmula 1. Em 1954, com o regresso dos modelos de Fórmula 1, com o novo regulamento de 2,5 litros, a Cooper retirou-se. Apenas no Grande Prémio de Inglaterra os Cooper apareceram nas pistas de Fórmula 1, dos cinco pilotos particulares que largaram Bob Gerard, que terminou em 10º, foi o melhor. O "rookie" australiano Jack Brabham fez a sua primeira corrida de Fórmula 1 no Grande Prémio da Inglaterra de 1955, com um Cooper T40 modificado por ele, abandonando depois de 40 voltas. Bob Gerard inscreveu o seu Cooper T23 para o Grande Prémio de Inglaterra de 1956, sem sucesso. Foi a última aparição dos velhos Cooper.


Em 1957 a equipa colocaria finalmente um modelo de Fórmula 1 nas pistas.


O milionário escocês Rob Walker, da família do famoso Whisky, decidiu financiar a construção do primeiro Cooper de Fórmula 1, equipado com um motor Coventry Climax, de 2 litros, para a temporada de 1957. A estreia do T43, projectado por Owen Maddock,foi no Grande Prémio do Mónaco, com o australiano Jack Brabham largando em 15º e terminando em 6º, outro carro, com o inglês Les Leston também foi inscrito, mas o piloto não se classificou para a largada. O inglês Mike Mc Dowell foi o parceiro de Brabham em França, o inglês Roy Salvadori assumiu o segundo carro para a restante parte do campeonato a partir do Grande Prémio de Inglaterra, onde foi 5º, o melhor resultado da equipa nesse ano. Outros pilotos como o inglês Brian Naylor e o australiano Paul England pilotaram Coopers particulares em alguns Grande Prémios durante o ano.


Apesar de ser um modelo bem leve o Cooper levava desvantagem devido ao seu motor de 2 litros, menos potente do que os 2,5 litros, cerca de 195 cavalos contra 280 cavalos dos Vanwall, o que fazia com que em circuitos de longas rectas como Reims os carros não conseguissem acompanhar os "outros", mas em circuitos sinuosos e lentos como o Mónaco a diferença era menor.


Para 1958 Roy Salvadory e Jack Brabham continuaram como a dupla oficial da equipa, mas curiosamente as primeiras vitórias vieram através de uma equipe particular, do financiador do projecto, Rob Walker, o inglês Stirling Moss venceu o Grande Prémio da Argentina, o Grande Prémio com o menor número de inscritos da história, apenas dez carros alinharam na grelha de partida. Na corrida seguinte, Mónaco, o francês Maurice Trintignant deu a segunda vitória consecutiva para Rob Walker. Os carros oficiais conseguiram bons resultados, principalmente com Salvadory, como o 2ºlugar no Grande Prémio da Alemanha. O "rookie" da Nova Zelândia Bruce McLaren fez a estreia, no Grande Prémio da Alemanha com um bom 5º lugar. Brabham conseguiu apenas um 4º lugar no Gramde Prémio do Mónaco. Vários pilotos particulares, como o inglês Jack Fairman e o marroquino Robert La Case, usaram modelos da Cooper durante o ano.Nos constructores a equipa somou 31 pontos, ficando em terceiro.

A Coventry-Climax construíu um motor de 2,5 litros para a temporada de 1959, para o modelo T51, e uma tradição de longo tempo mudava com a colocação do motor Climax na traseira do carro, diferente dos outros que utilizavam o motor na dianteira dos carros. Com o aperfeiçoamento da caixa de velocidades o Cooper mostrou-se muito competitivo, Roy Salvadory transferiu-se para a Aston Martin, que se estreava na categoria, e Jack Brabham foi mantido na equipa, assim como Bruce McLaren. O americano Masten Gregory juntou-se a eles num terceiro carro. A equipa de Rob Walker continuou a usar os Cooper para Stirling Moss e Maurice Trintignant.


Logo na primeira etapa do mundial, o Grande Prémio do Mónaco, Jack Brabham conquistou a primeira vitória oficial para a equipa, o australiano foi conquistando bons resultados no decorrer do ano, venceu novamente na Inglaterra e chegou à última ronda do ano, Grande Prémio dos EUA, disputando o título com o inglês Tony Brooks, da Ferrari, e Stirling Moss, no Cooper de Rob Walker, que vinha de duas vitórias consecutivas, Portugal e Itália. Moss obteve a "pole" com Brabham em segundo e Brooks em quarto. Moss liderou a corrida até a sexta volta, quando teve que abandonar com a caixa de velocidades quebrada. Na última volta Brabham ficou sem gasolina sendo ultrapassado por McLaren, que venceu, e Trintignant, ele, então, saiu do carro e empurrou o seu Cooper até à linha de chegada, sendo ultrapassado por Brooks, e cruzando a meta em quarto. Este esforço valeu o título mundial de pilotos com 31 pontos contra 27 de Brooks. Nos construtores a equipe foi campeã com 40 pontos.
Bruce McLaren tornou-se o mais jovem piloto a vencer uma prova do campeonato mundial de Fórmula 1 com 22 anos e 104 dias. Este recorde só foi batido em 2003, quando, Fernando Alonso com um Renault, venceu o Grande Prémio da Hungria.
O ano de 1960, o último dos motores 2,5 litros, foi totalmente dominado pela Cooper, com o modelo T53, Bruce McLaren começou o ano vencendo na Argentina, depois Brabham venceu cinco Grande Prémios consecutivos, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal, conquistando o bi-campeonato, com 43 pontos contra 34 de McLaren Venceu nos construtores. Neste ano Rob Walker passou a usar chassis Lotus, e das equips particulares que usaram o Cooper a que conseguiu os melhores resultados foi a do ex-piloto de Fórmula Parnell, o belga Olivier Gendebien foi 2º na França e 3º na Bélgica. No dia 13 de Maio desse mesmo ano o americano Harry Schell sofreu um acidente fatal durante um treino em Silverstone, o seu Cooper desgovernou-se, Schell tinha 38 anos.

Com a mudança dos motores para 1,5 litros, em 1961, a Coventry-Climax atrasou a construcção do novo motor, com isto a equipa teve que usar o motor derivado da Fórmula 2. A temporada foi muito ruim, péssima mesmo, o melhor resultado foi o 3º lugar de McLaren na Itália. Brabham marcou apenas 4 pontos. Jack Lewis conseguiu o melhor resultado entre os particulares, 4º na Itália. Nos constructores foram apenas 14 pontos e o 4º lugar no campeonato. Jack Brabham deixou a equipa em 1962 para fundar a sua própria equipa, Bruce McLaren passou a primeiro piloto e o sul-africano Tonny Maggs foi contratado para ser seu companheiro. A Clímax construiu um novo motor V8, McLaren fez uma boa temporada, vencendo no Mónaco e terminando em 3º no campeonato. Maggs foi 2º em França. Nos constructores foram 27 pontos e o 3º lugar no final. Nenhum bom resultado foi alcançado pelos pilotos particulares.


Os melhores resultados em 1963 foram dois 2º lugares, McLaren na Bélgica e Maggs na França. Rob Walker voltou a utilizar os chassis Cooper e com o veterano sueco Joakim Bonnier marcou 6 pontos. Nos construtores 25 pontos e o 5º lugar no campeonato.O jovem neo-zeolandês Tim Mayer, que tinha disputado o Grande Prémio dos EUA de 1962 pela equipa, foi contratado para ser o companheiro de McLaren em 1964, mas faleceu no dia 28 de Fevereiro aos 26 anos, treinando para a última etapa da Copa da Tasmânia.Phill foi contratado (em substituição de Mayer), mas o seu melhor resultado foi o 6º lugar na Inglaterra. McLaren foi 2º na Bélgica e Itália. O carro de Rob Walker, com Bonnier fez 3 pontos. No total foram apenas 16 pontos e o 5º lugar nos construtores.

Jochem Rindt passou a ser o parceiro de McLaren em 1965, mas o ano foi novamente muito mau para a equipa, o 3º lugar de McLaren na Bélgica foi o melhor resultado do ano. Apenas o 5º lugar entre os constructores com 14 pontos. McLaren deixou a equipa no início de 1966 para construir o seu próprio carro.


O regulamento mudou novamente e os motores passaram para 3 litros, a Maserati passou a fornecer os motores para a equipa. Rindt foi mantido e a partir do Grande Prémio de França, John Surtees substituiu Richie Ginther, o inglês brigou com a equipa Ferrari logo após vencer o Grande Prémio da Bélgica e decidiu sair. Depois de 3 temporadas fracas a Cooper volta as primeiras posições, Surtees vence o último Grande Prémio da temporada, no México e termina o ano com vice-campeão. Rindt é duas vezes segundo, e termina em terceiro no final do ano.Nos construtores são 30 pontos e o 3º lugar no campeonato. Entre os particulares o melhor resultado é o 4º lugar de Siffert, da Rob Walker, nos EUA.


O mexicano Pedro Rodríguez é contratado para 1967 e começa o ano vencendo na África do Sul, depois de um duelo com o Cooper particular de John Love, da Rodésia (actual Zimbabué), que terminou em 2º lugar. Foi o único bom resultado da equipa nesse ano, Rindt marcou apenas 6 pontos. O "rookie" belga Jacky Ickx estreou-se, na Fórmula 1, com um 6º lugar na Itália, com um Cooper oficial. 28 pontos nos constructores renderam à equipa o 3º lugar no campeonato.


Os motores BRM passaram a equipar a equipa em 1968, que começou a temporada com os pilotos Brian Redman e Ludovico Scarfiotti, que faleceu no dia 8 de Junho durante uma competição de subida de montanha, vários pilotos passaram pela equipa durante o ano, e os melhores resultados foram dois 3º lugares com Redman na Espanha e Bianchi em Mónaco. O Grande Prémio do México foi o último da história da equipa, Vic Elford terminou em 8º e Bianchi abandonou. Foram 14 pontos e o 6º lugar entre os constructores em sua última temporada.


No total foram 129 Grande Prémios disputados, com 16 vitórias, 11 "pole-positions", 13 voltas mais rápidas, 333 pontos conquistados e o bi-campeonato de pilotos e constructores em 1959 e 1960.


1 comentário:

Schuey2007 disse...

Decidi partilhar com vcs este que encontrei no "speedracing"