quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Circuitos: Autódromo Óscar Alfredo Galvéz (Buenos Aires)

Cenário de todo o tipo de provas nacionais e internacionais, representa uma das mais importantes obras da arquitectura desportiva. O seu projecto e construção foram de tal maneira bons que se manteve inalterado durante mais de quinze anos. Hoje continua a ser usado quase sem retoques.

Após a Segunda Guerra Mundial, a presença em terras argentinas de pilotos europeus era algo frequente. A maior parte aproveitava a temporada sul-americana para afinar as suas "máquinas", tanto automóveis como motocicletas.



Este facto, assim como a própria evolução do desporto, obrigou as autoridades a construírem um circuito permanente, muito mais seguro e moderno, à imagem e semelhança dos traçados que então começavam a ser projectados na Europa.

Nascia assim, o Autódromo Municipal da Cidade de Buenos Aires. Inicialmente chamou-se "17 de Outubro" mas depressa mudou de nome. Foram várias as suas denominações até que em 1989 foi definitivamente baptizado com o nome de um dos maiores ases do automobilismo argentino: Óscar Alfredo Galvéz, dito o Aguilucho.

No dia da inauguração foram realizadas três provas, sendo a mais importante a Copa Perón, que teve como vencedor Juan Manuel Fangio. Froilan Gonzaléz foi o segundo.

A 12 de Setembro de 2002, o Munícipio da cidade de Buenos Aires atribuiu definitivamente o nome de Óscar Alfredo Galvéz ao autódromo Municipal da capital argentina, uma vez que até aí essa denominação era popular, mas não oficial.

Quando em 1989 o recinto foi baptizado com este nome em homenagem em vida ao mítico piloto de carros, a lei em vigor proibia-o e foram precisos quase treze anos para que o parlamento argentino rectificasse uma lei que impedia a denominação de um recinto ou obra pública com o nome de uma pessoa ainda viva ou recentemente falecida, ou seja, que tivesse morrido nos últimos dez anos.

O desenho original do Autódromo permitia dez traçados diferentes, com extensões que iam dos 2126 metros da quinta pista aos 4706 metros do quarto "traçado". O nono percurso ainda hoje é um dos mais famosos e interessantes do Autódromo e tem 3413 metros. Na década de 1960 acrescentaram-se uma série de variantes, assim como duas chicanes, que completaram o seu aspecto. Os "esses" do Ciervo ou a recta o Curvón são alguns dos pontos mais emblemáticos e rápidos deste circuito.

A primeira visita do campeonato do Mundo de Fórmula 1, acontece um ano, imediatamente, após a sua inauguração (1952), em 1953. O primeiro piloto a vencer uma corrida de Fórmula 1 no traçado argentino, foi Alberto Ascari, ao volante de um Ferrari, a 18 de Janeiro de 1953. A vitória de Ascari, não permitiu os argentinos festejar a vitória de um dos seus heróis, Juan Manuel Fangio, que abandonou pela volta 36 com problemas mecânicos - que se redimiu e que nos 4 anos seguintes (1954, 1955, 1956, 1957) trouxe a alegria ao seu povo, com as suas sucessivas vitórias -.

A visita do "grande circo" do automobilismo Mundial ao solo argentino, foi feita de forma descontínua, na qual podemos destacar 3 períodos:


de 1953 a 1960 (com paragem em 1959);

de 1972 a 1981 (com interrupção em 1976);

de 1995 a 1998.


O Grande Prémio da Argentina de Fórmula 1 disputava-se no traçado de cerca de 5810 metros.

Para a história fica, Michael Schumacher, como o último piloto a vencer na Argentina em 1998 e o austríaco Gerhard Berger, como o autor da melhor volta. O austríaco completou uma volta ao traçado argentino em 1:27.981.


O Autódromo Óscar Alfredo Galvéz é um recinto especialmente concebido para a prática do automobilismo.Desde as populares provas nacionais de Turismo de Estrada até à Fórmula 1, passando pelo Stock Car e pelas corridas de Resistência e GT.

Nos terrenos que rodeiam o Autódromo Municipal encontram-se as Escolas de Apendizagem de Condução de Veículos. Além disso, também opera a partir do Autódromo a Direcção de Trânsito, onde se obtém e renova a carta de condução. Como última curiosidade cabe destacar que todas as sextas-feiras se disputam numa das suas pistas - concretamente, numa recta com 402 metros de comprimento - aquilo que os argentinos chamam as "picadas" e que são corridas de arranque e velocidade tipo dragsters, nas quais tanto participam motas como automóveis.

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